Lenda do boxe exibe momentos de brilho, mas é superada pela velocidade e alcance do adversário 31 anos mais jovem.
Após 19 anos longe dos ringues, Mike Tyson voltou a competir profissionalmente. Aos 58 anos, mesmo em boa forma para sua idade, era inevitável que o longo período afastado pesasse, especialmente enfrentando Jake Paul, um adversário 31 anos mais jovem. Por dois rounds, o ex-campeão mundial dos pesos-pesados trouxe esperança aos fãs, mostrando lampejos de seu brilhante passado. No entanto, o youtuber e pugilista de 29 anos logo assumiu o controle da luta, valendo-se de sua velocidade e vitalidade. Jake Paul venceu por decisão unânime (80-72, 79-73, 79-73), com números que refletiram sua superioridade: ele conectou 78 dos 278 golpes lançados (28% de aproveitamento), enquanto Tyson acertou apenas 18 dos 97 golpes tentados (18%).
Apesar da derrota, Tyson reconheceu o mérito do adversário ao fim do combate. “É um lutador muito bom. Absolutamente, ele é um boxeador de verdade”, declarou o veterano. O clima de respeito foi um contraste com a entrada provocativa de Jake Paul, que chegou à arena em um carro conversível ao lado do irmão Logan, levando consigo uma gaiola com um pombo — uma referência ao conhecido amor de Tyson por pássaros. Já o “Homem Mais Durão do Planeta” surgiu de forma simples: sozinho, sem equipe ou adereços, enfrentando o desafio como nos velhos tempos.
Mike Tyson começou a luta mostrando resquícios de seu estilo clássico: movimentação pendular e golpes potentes. No primeiro round, cada ataque do ex-campeão arrancava suspiros da torcida, mas Jake Paul, aos poucos, encontrou seu ritmo e passou a usar a distância a seu favor. O jovem pugilista conectou diretos perigosos e mostrou que sua estratégia seria explorar a velocidade e o alcance superior.
No segundo round, Tyson manteve a pressão, buscando encurtar a distância, enquanto Paul se movimentava bem para evitar os ataques e ainda encaixou um gancho de esquerda de raspão. No terceiro, os dois trocaram duros cruzados de direita, mas foi Paul quem fez Tyson cambalear com um cruzado de esquerda. A diferença de idade e velocidade começava a pesar, e o veterano passou a depender mais de reflexos do que de movimentação.
Paul dominou o quarto round, ficando mais solto e controlando a luta, enquanto Tyson, mais plantado, esquivava melhor, mas mal atacava. No quinto, o ex-campeão encontrou uma brecha e respondeu um cruzado de esquerda com um golpe semelhante, mostrando que ainda tinha poder.
O ritmo diminuiu no sexto round, com ambos menos ativos, o que gerou vaias do público. Tyson voltou a pressionar no sétimo assalto, aguardando as investidas de Paul para tentar o contragolpe, mas o jovem acertou uma sequência que balançou o veterano novamente. No oitavo e último round, Paul partiu para o ataque, combinando cruzados de esquerda com ganchos de direita, enquanto Tyson, cansado, mal conseguia responder. Nos segundos finais, Paul parou de lutar, reverenciou Tyson, e os dois se cumprimentaram em um abraço que encerrou a batalha com respeito mútuo.