O Presidente do Brasil recebeu chefes de Estado nesta segunda-feira (18) no Rio de Janeiro.
No encontro do G20 no Rio de Janeiro nesta segunda-feira (18), o presidente Lula e o presidente argentino Javier Milei trocaram cumprimentos protocolares, sem abraços ou sorrisos, em um gesto que refletiu a tensão política entre ambos. A frieza contrasta com os calorosos abraços que Lula reservou a líderes como Joe Biden (EUA), Emmanuel Macron (França) e Georgia Meloni (Itália). Apesar de ser sua adversária ideológica, Meloni mantém uma relação amistosa com Lula, ao contrário de Milei, cuja postura preocupa diplomatas brasileiros, que temem alinhamento com Donald Trump e dificuldades no fechamento do texto final da cúpula.
Abrindo a reunião às 11h05, Lula destacou a urgência de combater a fome, tema central da presidência brasileira no G20, e criticou o desvio de investimentos para conflitos armados. “O mundo piorou. Temos o maior número de conflitos armados desde a Segunda Guerra Mundial, recorde de deslocamentos forçados e profundas desigualdades sociais, raciais e de gênero. Precisamos agir com responsabilidade no combate à pobreza”, afirmou. Ele também alertou para os efeitos devastadores das mudanças climáticas e ressaltou o contraste vivido pelo Brasil: um país de beleza natural e cultura vibrante, mas marcado por desigualdades históricas.
Lula lembrou que esteve na primeira reunião do G20, em 2008, e lamentou que os avanços esperados não tenham se concretizado. Destacou que, em 2024, 733 milhões de pessoas ainda convivem com a fome, segundo a FAO, um número equivalente à soma das populações do Brasil, México, Alemanha, Reino Unido, África do Sul e Canadá. “É inadmissível que direitos básicos à vida, alimentação e desenvolvimento continuem sendo negados a tantas pessoas.”